sábado, 20 de agosto de 2011

HABILIDADES E COMPETÊNCIAS

A palavra “inovar” vem sendo empregada desde o ano de 1440 e tem sua origem na palavra francesa “innovacyon” (Idade Média) significando “renovação” ou “nova maneira de se fazer as coisas”. Que inovações teriam ocorrido em 1440 é um mistério, mas independente do que tenha ocorrido, é muito provável que tenha contribuído para melhoria da vida de um bom número de pessoas.
Hoje em dia inovar não é mais novidade. De fato, parece que qualquer pessoa atualizada já identificou que a inovação é uma competência essencial que precisa ser desenvolvida. Ninguém pode negar a necessidade de melhorar continuamente.
Infelizmente, a inovação, ao contrário da matemática não possui suas fórmulas prontas. É algo que acontece com as pessoas (sujeitos inspirados, fascinados e incansáveis) que têm uma necessidade de mudar. E embora possa ser suportada por sistemas, a inovação nunca será reduzida a sistemas. Inovação é algo tumultuado, para provocá-la observe e preste atenção ao que está acontecendo com você, é aí que tudo começa. O sujeito inspirado consegue perceber uma nova maneira e corre atrás dela.
Dentro da escola muitos foram os momentos em que se tentou inovar, muitas propostas chegaram e muito se falou. Resultados adequados que minimizaram os problemas, estes foram poucos. Talvez as “inovações” chegaram sem que pudessem ser explicadas, analisadas, refletidas e compartilhadas.
Para, talvez, conseguir melhores resultados é que penso e repenso na necessidade de uma formação contínua e reflexiva dentro da escola. Formação que deve estender-se a pais, alunos e professores encaminhando suas ações frente às necessidades e anseios da comunidade escolar, respeitando espaços e estimulando a atualização teórica e prática de todo o grupo.

Francisca Escobedo Fernandez
Publicação: Cadernos de Cultura e Educação - CAPESP - Ano 4, nº12, páginas 13 e 14

domingo, 14 de agosto de 2011

PARLENDAS - SEGMENTAÇÃO

NOME: __________________________________ DATA: __________________

A PARLENDA ABAIXO APRESENTA PROBLEMAS E VOCÊ DEVERÁ CORRIGI-LA. DESCUBRA O PROBLEMA E ARRUME A PARLENDA.

LÁEMCIMADOPIANOTINHAUMCOPODEVENENO
QUEMBEBEUMORREUOAZARFOISEU
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NOME: __________________________________ DATA: __________________

A PARLENDA ABAIXO APRESENTA PROBLEMAS E VOCÊ DEVERÁ CORRIGI-LA. DESCUBRA O PROBLEMA E ARRUME A PARLENDA.

MEIODIAMACACASOFIA
PANELANOFOGOBARRIGAVAZIA
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Escreva os textos corretamente, separando as palavras e colocando a pontuação necessária.
Texto 1
BOCA-DE-FORNO _____________________
BOCADEFORNOFORNO ________________________________
JACARANDÁDÁ ________________________________
SENÃOFIZERAPANHA ________________________________
SEUREIMANDOUDIZER ____________________________________

Texto 2
MIAGATO _____________________
SENHORCAPITÃO __________________________________
PRESTEBEMATENÇÃO __________________________________
NÃOVÁSEENGANAR __________________________________
QUANDOOGATOMIAR __________________________________
MIAGATO __________________________________
MIAU __________________________________

Texto - PARLENDA

UMDOISFEIJÃOCOMARROZ _____________________________
TRÊSQUATROFEIJÃONOPRATO _____________________________
CINCOSEISFEIJÃOINGLÊS _____________________________
SETEOITOCOMERBISCOITO _____________________________
NOVEDEZCOMERPASTÉIS _____________________________

Texto 4 - BILHETE
Pedrinho escreveu um bilhete “meio estranho” para sua tia. Leia e escreva de forma correta.

Tiacarmem.

Hojeeuvouasuacasaparajogarfutebolcomosmeusprimosfaçaporfavor
aquelebolodechocolatequeeugostotantotábomobrigadoumbeijo

Pedrinho
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ERAUMAVEZTRÊSPORQUINHOSQUEVIVIAMPERTODEUMAFLORESTAOMAISVELHOERAMUITOSÉRIOETRABALHADOR MASOSOUTROSDOISSÓPENSAVAMEMSEDIVERTIR
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BRANCADE NEVEERAUMAFORMOSADONZELAVIVIACOMSUAMADRASTAQUE POSSUÍAUM ESPELHOMÁGICOAOQUALELAPERGUNTAVAESPELHOESPELHOMEUEXISTEALGUÉMMAIS BELA DOQUEEU
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CHAPEUZINHOVERMELHOFOIVISITARAVOVÓNOCAMINHOELA ENCONTROUOLOBOMAU
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Texto 1 ORCAS

As orcas podem ser consideradas os maiores predadores do planeta. Os machos da espécie chegam a 10 metros de comprimento na idade adulta. Muitas dessas baleias se alimentam de animais de sangue quente como os pingüins, focas, golfinhos e até de outras baleias. Mas existem populações de orcas que consomem apenas peixes.
(Adaptado da revista Galileu Especial nº2. Editora Globo.2003)
Texto 2
Tem rato no chão da floresta!
Se o rato-de-chão pudesse dizer qual era o seu passatempo predileto, certamente escolheria o pique-esconde. Mesmo que você fosse craque na brincadeira, não seria moleza encontrar esse roedor! Mas, se quiser aceitar o desafio, aí vão algumas dicas: ele está sempre embaixo das folhas caídas no chão da mata e tem corpo pequeno, além de cauda e membros curtos.
Esse roedor se alimenta principalmente de pequenos insetos, mas também come sementes e frutos que encontra caídos no solo. (...)
(Adaptado de Ciência Hoje das Crianças.139. Alexandra M.R. Bezerra. Departamento da Zoologia UNB)




sábado, 13 de agosto de 2011

ATIVIDADES -FOLCLORE























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SEGMENTAÇÃO

CURUPIRA
DIZALENDA,QUEOCURUPIRAVIVENASFLORESTASEÉ PROTETORDASÁRVORESEDOSANIMAIS.
SEGUNDOACRENÇAPOPULAR,ELESEPARECECOMUM MENINO.
TEMOSCABELOSVERMELHOSEARREPIADOSEOSPÉS VOLTADOSPARATRÁS.


SACI-PERERÊ
CONTAMQUEOSACIÉUMNEGRINHOESPERTO,QUEVIVE FUMANDOUMCACHIMBODEBARROEPULANDONUMAPERNA SÓ.
OSACIUSAUMCAPUZVERMELHONACABEÇAEDIZEMQUE AÍSECONCENTRATODOOSEUPODER.
ELEANDAPORTODOOLADOFAZENDOMILTRAVESSURAS EESTRAGAOSOVOSDASGALINHASCHOCAS...

LOBISOMEM
ESTAÉUMALENDAMUITOANTIGA.DIZEMQUENASCEUM LOBISOMEM,QUANDOAMÃETEMSETEFILHASEOOITAVOÉ HOMEM.
ELECRESCECOMOUMACRIANÇANORMALEAOSTREZE ANOSSETRANSFORMAEMLOBISOMEMPELAPRIMEIRAVEZ.

CUCA
DIZEMQUEACUCAÉUMBICHOMEDONHO.
FEIOSO,DECORPOENRUGADO,COMCARADEJACARÉE UMAVASTACABELEIRADESPENTEADA.
NACRENDICEPOPULAR,ACUCAAPARECEÀNOITE, QUANDOASCRIANÇASTEIMOSASFICAMFAZENDOBAGUNÇA, FALANDOPALAVRÕESENÃOQUEREMDORMIR.

FOLCLORE - LENDAS BRASILEIRAS




Caipora
Boi tatá
Mula sem cabeça
Iara
Cobra grande
Vitória Régia
Saci Pererê
Negrinho do pastoreio
Papa figo
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Caipora

É um Mito do Brasil que os índios já conheciam desde a época do descobrimento. Índios e Jesuítas o chamavam de Caiçara, o protetor da caça e das matas.

É um anão de Cabelos Vermelhos com Pelo e Dentes verdes. Como protetor das Árvores e dos Animais, costuma punir o os agressores da Natureza e o caçador que mate por prazer. É muito poderoso e forte.

Seus pés voltados para trás serve para despistar os caçadores, deixando-os sempre a seguir rastros falsos. Quem o vê, perde totalmente o rumo, e não sabe mais achar o caminho de volta. É impossível capturá-lo. Para atrair suas vítimas, ele, às vezes chama as pessoas com gritos que imitam a voz humana. É também chamado de Pai ou Mãe-do-Mato, Curupira e Caapora. Para os Índios Guaranis ele é o Demônio da Floresta. Às vezes é visto montando um Porco do Mato.

Uma carta do Padre Anchieta datada de 1560, dizia: "Aqui há certos demônios, a que os índios chamam Curupira, que os atacam muitas vezes no mato, dando-lhes açoites e ferindo-os bastante". Os índios, para lhe agradar, deixavam nas clareiras, penas, esteiras e cobertores.

De acordo com a crença, ao entrar na mata, a pessoa deve levar um Rolo de Fumo para agradá-lo, no caso de cruzar com Ele.


Nomes comuns: Caipora, Curupira, Pai do Mato, Mãe do Mato, Caiçara, Caapora, Anhanga, etc.

Origem Provável: É oriundo da Mitologia Tupi, e os primeiros relatos são da Região Sudeste, datando da época do descobrimento, depois tornou-se comum em todo País, sendo junto com o Saci, os campeões de popularidade. Entre o Tupis-Guaranis, existia uma outra variedade de Caipora, chamada Anhanga, um ser maligno que causava doenças ou matava os índios. Existem entidades semelhantes entre quase todos os indígenas das américas Latina e Central. Em El Salvador, El Cipitío, é um espiríto tanto da floresta quanto urbano, que também tem as mesmos atibutos do Caipora. Ou seja pés invertidos, capacidade de desorientar as pessoas, etc. Mas, este El Cipitío, gosta mesmo é de seduzir as mulheres.

Conforme a região, ele pode ser uma mulher de uma perna só que anda pulando, ou uma criança de um pé só, redondo, ou um homem gigante montado num porco do mato, e seguido por um cachorro chamado Papa-mel.

Também, dizem que ele tem o poder de ressuscitar animais mortos e que ele é o pai do moleque Saci Pererê.
Há uma versão que diz que o Caipora, como castigo, transforma os filhos e mulher do caçador mau, em caça, para que este os mate sem saber.
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Boi Tatá

É um Monstro com olhos de fogo, enormes, de dia é quase cego, à noite vê tudo. Diz a lenda que o Boitatá era uma espécie de cobra e foi o único sobrevivente de um grande dilúvio que cobriu a terra. Para escapar ele entrou num buraco e lá ficou no escuro, assim, seus olhos cresceram.

Desde então anda pelos campos em busca de restos de animais. Algumas vezes, assume a forma de uma cobra com os olhos flamejantes do tamanho de sua cabeça e persegue os viajantes noturnos. Às vezes ele é visto como um facho cintilante de fogo correndo de um lado para outro da mata. No Nordeste do Brasil é chamado de "Cumadre Fulôzinha". Para os índios ele é "Mbaê-Tata", ou Coisa de Fogo, e mora no fundo dos rios.

Dizem ainda que ele é o espírito de gente ruim ou almas penadas, e por onde passa, vai tocando fogo nos campos. Outros dizem que ele protege as matas contra incêndios.

A ciência diz que existe um fenômeno chamado Fogo-fátuo, que são os gases inflamáveis que emanam dos pântanos, sepulturas e carcaças de grandes animais mortos, e que visto de longe parecem grandes tochas em movimento.


Nomes comuns: No Sul; Baitatá, Batatá, Bitatá (São Paulo). No Nordeste; Batatão e Biatatá (Bahia). Entre os índios; Mbaê-Tata.

Origem Provável: É de origem Indígena. Em 1560, o Padre Anchieta já relatava a presença desse mito. Dizia que entre os índios era a mais temível assombração. Já os negros africanos, também trouxeram o mito de um ser que habitava as águas profundas, e que saía a noite para caçar, seu nome era Biatatá.

É um mito que sofre grandes modificações conforme a região. Em algumas regiões por exemplo, ele é uma espécie de gênio protetor das florestas contra as queimadas. Já em outras, ele é causador dos incêndios na mata. A versão do dilúvio teve origem no Rio Grande o Sul.

Uma versão conta que seus olhos cresceram para melhor se adaptar à escuridão da caverna onde ficou preso após o dilúvio, outra versão, conta que ele, procura restos de animais mortos e come apenas seus olhos, absorvendo a luz e o volume dos mesmos, razão pela qual tem os olhos tão grandes e incandescentes.
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Mula sem cabeça

Nos pequenos povoados ou cidades, onde existam casas rodeando uma igreja, em noites escuras, pode haver aparições da Mula-Sem-Cabeça. Também se alguém passar correndo diante de uma cruz à meia-noite, ela aparece. Dizem que é uma mulher que namorou um padre e foi amaldiçoada. Toda passagem de quinta para sexta feira ela vai numa encruzilhada e ali se transforma na besta.

Então, ela vai percorrer sete povoados, ao longo daquela noite, e se encontrar alguém chupa seus olhos, unhas e dedos. Apesar do nome, Mula-Sem-Cabeça, na verdade, de acordo com quem já a viu, ela aparece como um animal inteiro, forte, lançando fogo pelas narinas e boca, onde tem freios de ferro.

Nas noites que ela sai, ouve-se seu galope, acompanhado de longos relinchos. Às vezes, parece chorar como se fosse uma pessoa. Ao ver a Mula,deve-se deitar de bruços no chão e esconder Unhas e Dentes para não ser atacado.

Se alguém, com muita coragem, tirar os freios de sua boca, o encanto será desfeito e a Mula-Sem-Cabeça, voltará a ser gente, ficando livre da maldição que a castiga, para sempre

Nomes comuns: Burrinha do Padre, Burrinha, Mula Preta, Cavalo-sem-cabeça, Padre-sem-cabeça, Malora (México),

Origem Provável: É um mito que já existia no Brasil colônia. Apesar de ser comum em todo Brasil, variando um pouco entre as regiões, é um mito muito forte entre Goiás e Mato Grosso. Mesmo assim não é exclusivo do Brasil, existindo versões muito semelhantes em alguns países Hispânicos.

Conforme a região, a forma de quebrar o encanto da Mula, pode variar. Há casos onde para evitar que sua amante pegue a maldição, o padre deve excomungá-la antes de celebrar a missa. Também, basta um leve ferimento feito com alfinete ou outro objeto, o importante é que saia sangue, para que o encanto se quebre. Assim, a Mula se transforma outra vez em mulher e aparece completamente nua. Em Santa Catarina, para saber se uma mulher é amante do Padre, lança-se ao fogo um ovo enrolado em fita com o nome dela, e se o ovo cozer e a fita não queimar, ela é.

É importante notar que também, algumas vezes, o próprio Padre é que é amaldiçoado. Nesse caso ele vira um Padre-sem-Cabeça, e sai assustando as pessoas, ora a pé, ora montado em um cavalo do outro mundo. Há uma lenda Norte americana, O Cavaleiro sem Cabeça, que lembra muito esta variação.

Algumas vezes a Mula, pode ser um animal negro com a marca de uma cruz branca gravada no pelo. Pode ou não ter cabeça, mas o que se sabe de concreto é que a Mula, é mesmo uma amante de Padre.
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A Iara

Os cronistas dos séculos XVI e XVII registraram essa história. No princípio, o personagem era masculino e chamava-se Ipupiara, homem peixe que devorava pescadores e os levava para o fundo do rio. No século XVIII, Ipupiara vira a sedutora sereia Uiara ou Iara. Todo pescador brasileiro, de água doce ou salgada, conta histórias de moços que cederam aos encantos da bela Uiara e terminaram afogados de paixão. Ela deixa sua casa no fundo das águas no fim da tarde. Surge magnífica à flor das águas: metade mulher, metade peixe, cabelos longos enfeitados de flores vermelhas. Por vezes, ela assume a forma humana e sai em busca de vítimas.

Quando a Mãe das águas canta, hipnotiza os pescadores. Um deles foi o índio Tapuia. Certa vez, pescando, Ele viu a deusa, linda, surgir das águas. Resistiu. Não saiu da canoa, remou rápido até a margem e foi se esconder na aldeia. Mas enfeitiçado pelos olhos e ouvidos não conseguia esquecer a voz de Uiara. Numa tarde, quase morto de saudade, fugiu da aldeia e remou na sua canoa rio abaixo.

Uiara já o esperava cantando a música das núpcias. Tapuia se jogou no rio e sumiu num mergulho, carregado pelas mãos da noiva. Uns dizem que naquela noite houve festa no chão das águas e que foram felizes para sempre. Outros dizem que na semana seguinte a insaciável Uiara voltou para levar outra vítima.

Origem: Européia com versões dos Indígenas, da Amazônia.
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Cobra grande

É uma das mais conhecidas lendas do folclore amazônico. Conta a lenda que em numa tribo indígena da Amazônia, uma índia, grávida da Boiúna (Cobra-grande, Sucuri), deu à luz a duas crianças gêmeas que na verdade eram Cobras. Um menino, que recebeu o nome de Honorato ou Nonato, e uma menina, chamada de Maria. Para ficar livre dos filhos, a mãe jogou as duas crianças no rio. Lá no rio eles, como Cobras, se criaram. Honorato era Bom, mas sua irmã era muito perversa. Prejudicava os outros animais e também às pessoas.

Eram tantas as maldades praticadas por ela que Honorato acabou por matá-la para pôr fim às suas perversidades. Honorato, em algumas noites de luar, perdia o seu encanto e adquiria a forma humana transformando-se em um belo rapaz, deixando as águas para levar uma vida normal na terra.
Para que se quebrasse o encanto de Honorato era preciso que alguém tivesse muita coragem para derramar leite na boca da enorme cobra, e fazer um ferimento na cabeça até sair sangue. Ninguém tinha coragem de enfrentar o enorme monstro.
Até que um dia um soldado de Cametá (município do Pará) conseguiu libertar Honorato da maldição. Ele deixou de ser cobra d'água para viver na terra com sua família.

Origem: Mito da região Norte do Brasil, Pará e Amazonas.

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Vitória Régia

Os pajés tupis-guaranis, contavam que, no começo do mundo, toda vez que a Lua se escondia no horizonte, parecendo descer por trás das serras, ia viver com suas virgens prediletas. Diziam ainda que se a Lua gostava de uma jovem, a transformava em estrela do Céu. Naiá, filha de um chefe e princesa da tribo, ficou impressionada com a história. Então, à noite, quando todos dormiam e a Lua andava pelo céu, Ela querendo ser transformada em estrela, subia as colinas e perseguia a Lua na esperança que esta a visse.

E assim fazia todas as noites, durante muito tempo. Mas a Lua parecia não notá-la e dava para ouvir seus soluços de tristeza ao longe. Em uma noite, a índia viu, nas águas límpidas de um lago, a figura da lua. A pobre moça, imaginando que a lua havia chegado para buscá-la, se atirou nas águas profundas do lago e nunca mais foi vista.

A lua, quis recompensar o sacrifício da bela jovem, e resolveu transformá-la em uma estrela diferente, daquelas que brilham no céu. Transformou-a então numa "Estrela das Águas", que é a planta Vitória Régia. Assim, nasceu uma planta cujas flores perfumadas e brancas só abrem à noite, e ao nascer do sol ficam rosadas.

Origem: Indígena. Para eles assim nasceu a vitória-régia.
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Saci Pererê

A Lenda do Saci data do fim do século XVIII. Durante a escravidão, as amas-secas e os caboclos-velhos assustavam as crianças com os relatos das travessuras dele. Seu nome no Brasil é origem Tupi Guarani. Em muitas regiões do Brasil, o Saci é considerado um ser brincalhão enquanto que em outros lugares ele é visto como um ser maligno.

É uma criança, um negrinho de uma perna só que fuma um cachimbo e usa na cabeça uma carapuça vermelha que lhe dá poderes mágicos, como o de desaparecer e aparecer onde quiser. Existem 3 tipos de Sacis: O Pererê, que é pretinho, O Trique, moreno e brincalhão e o Saçurá, que tem olhos vermelhos. Ele também se transforma numa ave chamada Matiaperê cujo assobio melancólico dificilmente se sabe de onde vem.

Ele adora fazer pequenas travessuras, como esconder brinquedos, soltar animais dos currais, derramar sal nas cozinhas, fazer tranças nas crinas dos cavalos, etc. Diz a crença popular que dentro de todo redemoinho de vento existe um Saci. Ele não atravessa córregos nem riachos. Alguém perseguido por ele, deve jogar cordas com nós em sem caminho que ele vai parar para desatar os nós, deixando que a pessoa fuja.

Diz a lenda que, se alguém jogar dentro do redemoinho um rosário de mato bento ou uma peneira, pode capturá-lo, e se conseguir sua carapuça, será recompensado com a realização de um desejo.
Nomes comuns: Saci-Cererê, Saci-Trique, Saçurá, Matimpererê, Matintaperera, etc.

Origem Provável: Os primeiros relatos são da Região Sudeste, datando do Século XIX, em Minas e São Paulo, mas em Portugal há relatos de uma entidade semelhante. Este mito não existia no Brasil Colonial.

Entre os Tupinambás, uma ave chamada Matintaperera, com o tempo, passou a se chamar Saci-pererê, e deixou de ser ave para se tornar um caboclinho preto de uma só perna, que aparecia aos viajantes perdidos nas matas.

Também de acordo com a região, ele sofre algumas modificações:
Por exemplo, dizem que ele tem as mãos furadas no centro, e que sua maior diversão é jogar uma brasa para o alto para que esta atravesse os furos. Outros dizem que ele faz isso com uma moeda.
Há uma versão que diz que o Caipora, é seu Pai.

Dizem também que ele, na verdade eles, um bando de Sacis, costumam se reunir à noite para planejarem as travessuras que vão fazer.

Ele tem o poder de se transformar no que quiser. Assim, ora aparece acompanhado de uma horrível megera, ora sozinho, ora como uma ave.
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O negrinho do pastoreio

O Negrinho do Pastoreio É uma lenda meio africana meio cristã. Muito contada no final do século passado pelos brasileiros que defendiam o fim da escravidão. É muito popular no sul do Brasil.

Nos tempos da escravidão, havia um estancieiro malvado com negros e peões. Num dia de inverno, fazia frio de rachar e o fazendeiro mandou que um menino negro de quatorze anos fosse pastorear cavalos e potros recém-comprados. No final do tarde, quando o menino voltou, o estancieiro disse que faltava um cavalo baio. Pegou o chicote e deu uma surra tão grande no menino que ele ficou sangrando. ‘‘Você vai me dar conta do baio, ou verá o que acontece’’, disse o malvado patrão. Aflito, ele foi à procura do animal. Em pouco tempo, achou ele pastando. Laçou-o, mas a corda se partiu e o cavalo fugiu de novo.

Na volta à estância, o patrão, ainda mais irritado, espancou o garoto e o amarrou, nu, sobre um formigueiro. No dia seguinte, quando ele foi ver o estado de sua vítima, tomou um susto. O menino estava lá, mas de pé, com a pele lisa, sem nenhuma marca das chicotadas. Ao lado dele, a Virgem Nossa Senhora, e mais adiante o baio e os outros cavalos. O estancieiro se jogou no chão pedindo perdão, mas o negrinho nada respondeu. Apenas beijou a mão da Santa, montou no baio e partiu conduzindo a tropilha.

Origem: Fim do Século XIX, Rio Grande do Sul.
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Papa figo

O Papa Figo, ao contrário dos outros mitos, não tem aparência extraordinária. Parece mais com uma pessoa comum. Outras vezes, pode parecer como um velho esquisito que carrega um grande saco às costas.
Na verdade, ele mesmo pouco aparece. Prefere mandar seus ajudantes em busca de suas vítimas. Os ajudantes por sua vez, usam de todos os artifícios para atrair as vítimas, todas crianças claro, tais como; distribuir presentes, doces, dinheiro, brinquedos ou comida. Eles agem em qualquer lugar público ou em portas de escolas, parques, ou mesmo locais desertos.

Depois de atrair as vítimas, estas são levadas para o verdadeiro Papa-Figo, um sujeito estranho, que sofre de uma doença rara e sem cura. Um sintoma dessa doença seria o crescimento anormal de suas orelhas.

Diz a lenda, que para aliviar os sintomas dessa terrível doença ou maldição, o Papa-Figo, precisa se alimentar do Fígado de uma criança. Feito a extração do fígado, eles costumam deixar junto com a vítima, uma grande quantia em dinheiro, que é para o enterro e também para compensar a família.

Origem: Mito muito comum em todo meio rural. Acredita-se que a intenção do conto era para alertar as crianças para o contato com estranhos, como no conto de Chapeuzinho Vermelho.





















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Atividades escolares

Ciências para 5º ano (4ª série)

sábado, 6 de agosto de 2011

O prazer da leitura - Rubem Alves

O prazer da leitura

Alfabetizar é ensinar a ler. A palavra alfabetizar vem de “alfabeto“. “Alfabeto“ é o conjunto das letras de uma língua, colocadas numa certa ordem. É a mesma coisa que “abecedário“. A palavra “alfabeto“ é formada com as duas primeiras letras do alfabeto grego: “alfa“ e “beta“. E “abecedário“, com a junção das quatro primeiras letras do nosso alfabeto: “a“, “b“, “c“ e “d“. Assim sendo, pensei a possibilidade engraçada de que “abecedarizar“, palavra inexistente, pudesse ser sinônima de “alfabetizar“...

“Alfabetizar“, palavra aparentemente inocente, contém uma teoria de como se aprende a ler. Aprende-se a ler aprendendo-se as letras do alfabeto. Primeiro as letras. Depois, juntando-se as letras, as sílabas. Depois, juntando-se as sílabas, aparecem as palavras...

E assim era. Lembro-me da criançada repetindo em coro, sob a regência da professora: “be a ba; be e be; be i bi; be o bo; be u bu“... Estou olhando para um cartão postal, miniatura de um dos cartazes que antigamente se usavam como tema de redação: uma menina cacheada, deitada de bruços sobre um divã, queixo apoiado na mão, tendo à sua frente um livro aberto onde se vê “fa“, “fe“, “fi“, “fo“, “fu“... (Centro de Referência do Professor, Centro de Memória, Praça da Liberdade, Belo Horizonte, MG.)

Se é assim que se ensina a ler, ensinando as letras, imagino que o ensino da música deveria se chamar “dorremizar“: aprender o dó, o ré, o mi... Juntam-se as notas e a música aparece! Posso imaginar, então, uma aula de iniciação musical em que os alunos ficassem repetindo as notas, sob a regência da professora, na esperança de que, da repetição das notas, a música aparecesse...

Todo mundo sabe que não é assim que se ensina música. A mãe pega o nenezinho e o embala, cantando uma canção de ninar. E o nenezinho entende a canção. O que o nenezinho ouve é a música, e não cada nota, separadamente! E a evidência da sua compreensão está no fato de que ele se tranquiliza e dorme – mesmo nada sabendo sobre notas! Eu aprendi a gostar de música clássica muito antes de saber as notas: minha mãe as tocava ao piano e elas ficaram gravadas na minha cabeça. Somente depois, já fascinado pela música, fui aprender as notas – porque queria tocar piano. A aprendizagem da música começa como percepção de uma totalidade – e nunca com o conhecimento das partes.

Isso é verdadeiro também sobre aprender a ler. Tudo começa quando a criança fica fascinada com as coisas maravilhosas que moram dentro do livro. Não são as letras, as sílabas e as palavras que fascinam. É a estória. A aprendizagem da leitura começa antes da aprendizagem das letras: quando alguém lê e a criança escuta com prazer. “Erotizada“ – sim, erotizada! – pelas delícias da leitura ouvida, a criança se volta para aqueles sinais misteriosos chamados letras. Deseja decifrá-los, compreendê-los – porque eles são a chave que abre o mundo das delícias que moram no livro! Deseja autonomia: ser capaz de chegar ao prazer do texto sem precisar da mediação da pessoa que o está lendo.

No primeiro momento as delícias do texto se encontram na fala do professor. Usando uma sugestão de Melanie Klein, o professor, no ato de ler para os seus alunos, é o “seio bom“, o mediador que liga o aluno ao prazer do texto. Confesso nunca ter tido prazer algum em aulas de gramática ou de análise sintática. Não foi nelas que aprendi as delícias da literatura. Mas me lembro com alegria das aulas de leitura. Na verdade, não eram aulas. Eram concertos. A professor lia, interpretava o texto, e nós ouvíamos extasiados. Ninguém falava. Antes de ler Monteiro Lobato, eu o ouvi. E o bom era que não havia provas sobre aquelas aulas. Era prazer puro. Existe uma incompatibilidade total entre a experiência prazerosa de leitura – experiência vagabunda! – e a experiência de ler a fim de responder questionários de interpretação e compreensão. Era sempre uma tristeza quando a professora fechava o livro...

Vejo, assim, a cena original: a mãe ou o pai, livro aberto, lendo para o filho... Essa experiência é o aperitivo que ficará para sempre guardado na memória afetiva da criança. Na ausência da mãe ou do pai a criança olhará para o livro com desejo e inveja. Desejo, porque ela quer experimentar as delícias que estão contidas nas palavras. E inveja, porque ela gostaria de ter o saber do pai e da mãe: eles são aqueles que têm a chave que abre as portas daquele mundo maravilhoso! Roland Barthes faz uso de uma linda metáfora poética para descrever o que ele desejava fazer, como professor: maternagem: continuar a fazer aquilo que a mãe faz. É isso mesmo: na escola, o professor deverá continuar o processo de leitura afetuosa. Ele lê: a criança ouve, extasiada! Seduzida, ela pedirá: “Por favor, me ensine! Eu quero poder entrar no livro por conta própria...“

Toda aprendizagem começa com um pedido. Se não houver o pedido, a aprendizagem não acontecerá. Há aquele velho ditado: “É fácil levar a égua até o meio do ribeirão. O difícil é convencer a égua a beber“. Traduzido pela Adélia Prado: “Não quero faca nem queijo. Quero é fome“. Metáfora para o professor: cozinheiro, Babette, que serve o aperitivo para que a criança tenha fome e deseje comer o texto...

Onde se encontra o prazer do texto? Onde se encontra o seu poder de seduzir? Tive a resposta para essa questão acidentalmente, sem que a tivesse procurado. Ele me disse que havia lido um lindo poema de Fernando Pessoa, e citou a primeira frase. Fiquei feliz porque eu também amava aquele poema. Aí ele começou a lê-lo. Estremeci. O poema – aquele poema que eu amava – estava horrível na sua leitura. As palavras que ele lia eram as palavras certas. Mas alguma coisa estava errada! A música estava errada! Todo texto tem dois elementos: as palavras, com o seu significado. E a música... Percebi, então, que todo texto literário se assemelha à música. Uma sonata de Mozart, por exemplo. A sua “letra“ está gravada no papel: as notas. Mas assim, escrita no papel, a sonata não existe como experiência estética. Está morta. É preciso que um intérprete dê vida às notas mortas. Martha Argerich, pianista suprema (sua interpretação do concerto n. 3 de Rachmaninoff me convenceu da superioridade das mulheres...) as toca: seus dedos deslizam leves, rápidos, vigorosos, vagarosos, suaves, nenhum deslize, nenhum tropeção: estamos possuídos pela beleza. A mesma partitura, as mesmas notas, nas mãos de um pianeiro: o toque é duro, sem leveza, tropeções, hesitações, esbarros, erros: é o horror, o desejo que o fim chegue logo.

Todo texto literário é uma partitura musical. As palavras são as notas. Se aquele que lê é um artista, se ele domina a técnica, se ele surfa sobre as palavras, se ele está possuído pelo texto – a beleza acontece. E o texto se apossa do corpo de quem ouve. Mas se aquele que lê não domina a técnica, se ele luta com as palavras, se ele não desliza sobre elas – a leitura não produz prazer: queremos que ela termine logo. Assim, quem ensina a ler, isto é, aquele que lê para que seus alunos tenham prazer no texto, tem de ser um artista. Só deveria ler aquele que está possuído pelo texto que lê. Por isso eu acho que deveria ser estabelecida em nossas escolas a prática de “concertos de leitura“. Se há concertos de música erudita, jazz e MPB – por que não concertos de leitura? Ouvindo, os alunos experimentarão os prazeres do ler. E acontecerá com a leitura o mesmo que acontece com a música: depois de ser picado pela sua beleza é impossível esquecer. Leitura é droga perigosa: vicia... Se os jovens não gostam de ler, a culpa não é deles. Foram forçados a aprender tantas coisas sobre os textos - gramática, usos da partícula “se“, dígrafos, encontros consonantais, análise sintática –que não houve tempo para serem iniciados na única coisa que importa: a beleza musical do texto literário: foi-lhes ensinada a anatomia morta do texto e não a sua erótica viva. Ler é fazer amor com as palavras. E essa transa literária se inicia antes que as crianças saibam os nomes das letras. Sem saber ler elas já são sensíveis à beleza. E a missão do professor? Mestre do kama-sutra da leitura...

O IPÊ E A ESCOLA - RUBEM ALVES

Leia, vale a pena!


Eu me lembro perfeitamente bem da primeira vez que li Buber. Era de tarde, deitado numa rede, lá em Minas... À medida em que eu lia a alegria ia tomando conta de mim. Ficava alegre porque as palavras de Buber traziam luz ao meu mundo interior. Naquilo que ele dizia, eu me reconhecia.

O seu livro mais importante é Eu-Tu. Não seria aceito como tese em nossas universidades. Não tem notas de rodapé. Não cita fontes. Não enuncia teorias. Não explica o método. Curto demais para uma tese. Mas, como sabia Nietzsche, “pensamentos que chegam em pés de pombas guiam o mundo...“

Lendo “Eu-Tu“ os meus olhos se abriram. Compreendi aquilo que eu vivia sem compreender. Eu quero contar a vocês o que eu vi.

Aqui o meu pensamento ficou paralisado. Não sabia como contar a vocês o que vi. Resolvi dar uma caminhada. E lá ia eu, absorto em meus pensamentos, quando, de repente, bem à minha frente, uma explosão de cores: a terra ejaculando flores - flores que estavam escondidas dentro dela! Um ipê rosa florido! Já pensaram nisso? Que as flores são os pensamentos da terra? A terra pensa flores! Dentro dela, as flores ficam guardadas, dormindo, mergulhadas na escuridão. Mas, pela magia de uma árvore, os pensamentos da terra se oferecem aos nossos olhos sob a forma de flores! Dentro da terra estão todas as flores do mundo, à espera de árvores... A terra sonha ipês! As árvores são os psicanalistas da terra!

Aí descobri um jeito de explicar Martin Buber... Aquilo que aconteceu, aconteceu comigo. Só comigo. Tive vontade de abraçar aquela árvore, de comer as suas flores. Fiquei agradecido por ser a natureza coisa tão maravilhosa, sagrada! Mas sei que muitas pessoas já haviam passado, estavam passando e irão passar por aquele ipê sem se assombrar. Para elas aquele ipê é apenas um objeto a mais, ao lado de postes, casas e carros. Já contei de uma mulher que odiava um manso e maravilhoso ipê amarelo que havia à frente de sua casa. Ela odiava o ipê porque suas flores sujavam o chão! Chão de ouro, coberto de flores amarelas, flores que deveriam ficar lá! Seria necessário tirar os sapatos dos pés para andar sobre elas! Mas aquela mulher não via com os olhos. Via com a vassoura. E uma vassoura dá sempre a mesma ordem: varrer, varrer! Tudo o que pode ser varrido é lixo! E ela, para se livrar do trabalho, envenenou o manso ipê. O ipê morreu. Não mais suja a calçada da mulher.

Agora explico Buber. Para Buber as coisas, as árvores, os bichos, as pessoas, não são coisas, árvores, bichos e pessoas, nelas mesmas. Elas são a partir da relação que estabelecemos com elas. Para a mulher da vassoura o ipê amarelo era um objeto inerte, sem mistério. Ela podia fazer com ele o que quisesse. Mas para mim os ipês são um assombro, beleza, alegria, revelação do mistério do universo.

Há um tipo de relação que transforma tudo em objetos mortos. Uma mulher se transforma em objeto para o homem que faz uso dela para ter prazer. Um homem se transforma em objeto para a mulher que o usa para obter status ou segurança. Uma criança se transforma em objeto quando seus pais a manipulam para realizar os seus sonhos. Para um professor que só pensa no cumprimento do programa todos os seus alunos são objetos. Para quem está atrás de milagres Deus é um objeto que faz milagres. O eleitor é um objeto que o político usa para ganhar poder. Um doente, para o médico, pode ser apenas um “portador de uma doença“. (Ah! Os professores e alunos, à volta de um doente sobre quem nada sabem, nem mesmo o nome, numa enfermaria de hospital! Ali não está um ser humano! Ali está um “caso“ interessante...). Buber deu a esse tipo de relação o nome de “eu-isso“. Tocadas pela relação eu-isso, todas as coisas, pessoas, animais, árvores, Deus, se transformam em coisas que uso para atingir os meus propósitos. Eu sou o centro do mundo. Tudo o que me cerca são utensílios que uso para os meus propósitos.

Quando, ao contrário, meus olhos estão abertos para o assombro e o mistério das coisas que me rodeiam, eu refreio minha mão. Não posso usá-los como se fossem ferramentas para os meus propósitos. São meus companheiros – não importa se um ipê florido, um cãozinho, um poema, uma criança que quer me vender um drops no semáforo... Buber deu o nome de “eu-tu“ a essa relação.

Já falei que as nossas escolas são planejadas à semelhança das linhas de montagem: as crianças são “objetos“ a serem “formados“ segundo normas que lhe são exteriores. Ao final, formadas, são objetos portadores de saberes, centenas, milhares, todos iguais. Pertencem ao mundo do eu-isso. Na relação eu-tu cada criança é única – por ser uma companheira na minha vida, companheira que nunca se repetirá, nunca haverá uma igual.

No mundo do eu-isso se usa o poder porque o que desejo é manipular o objeto. No mundo do eu-tu o poder nunca é usado porque o que desejo é acolher, dentro de mim, o objeto à minha frente.

Escrevi tudo isso porque tenho estado pensando na magia da Escola da Ponte. Qual o seu segredo? Sua magia se encontrará, por acaso, nos seus princípios pedagógicos? Não. Definitivamente não. Princípios, quaisquer que sejam, são normas gerais. Por isso eles pertencem ao mundo do eu-isso. Se tentássemos reduplicar a Escola da Ponte usando os mesmos princípios pedagógicos como receitas, apenas conseguíssemos construir uma linha de montagem mais gentil e, talvez, mais eficiente. Me parece que o segredo da Escola da Ponte se encontra em outro lugar. Ele se encontra no mesmo lugar do ipê florido: o absoluto abandono do uso do poder e da manipulação. Imaginem uma escola onde não há um diretor. Todos os professores são diretores. Pela simples razão de não haver quem tome as decisões finais; onde “diretores“ não ousam e nem querem usar do poder para fazer valer suas idéias. Onde as decisões são todas compartilhadas. Onde os professores não valem mais que as crianças. Onde os professores não dão ordens e as crianças obedecem. Sabedoria, disse Roland Barthes, é “nada de poder, uma pitada de saber e o máximo possível de sabor...“

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

ATIVIDADES PARA O DIA DOS PAIS


ORIGEM DO DIA DOS PAIS Conta a história que a origem do Dia do Pai se deve a uma senhora chamada Sonora Louise Smart Dodd, que vivia nos Estados Unidos da América. Ela foi criada pelo pai, junto com os seus cinco irmãos, pois a mãe morreu ao dar à luz o sexto filho… Pensa-se que foi ela quem teve a ideia de comemorar o Dia do Pai e que isso aconteceu em 1909, enquanto ouvia um sermão sobre o Dia da Mãe, tinha ela já 27 anos. Ora, como não tinha mãe, pensou que os pais também deveriam receber homenagens como aquelas… Assim, ela começou a trabalhar pelo reconhecimento do Dia do Pai, enviando pedidos a várias pessoas importantes e associações. Em 19 de Junho de 1910 foi comemorado pela primeira vez nos Estados Unidos, tendo sido escolhida a rosa como símbolo dessa comemoração: as rosas vermelhas eram dedicadas aos pais vivos e as brancas aos já falecidos. No Brasil foi escolhido o segundo domingo do mês de agosto.

Desta forma pretende-se fazer uma homenagem a todos os pais do mundo. Neste dia especial, os pais costumam festejar na companhia da sua família. E faz parte da tradição que os filhos ofereçam um presente seu pai. Pode ser comprada, mas tem mais valor se for feita por eles… Se não puderem oferecer um presente, podem sempre dar-lhe muito carinho e muitos, muitos beijinhos! CLIQUE NA IMAGEM